Document Type

Article

Journal/Book Title/Conference

Papéis Avulsos do Departmento de Zoologia

Volume

19

Issue

6

Publication Date

6-25-1966

First Page

63

Last Page

78

Abstract

A alimentação das abelhas consta de néctar e pólen . O néctar é uma solução de açucares geralmente pobre em proteínas, lipídios e sais minerais; constitui a fonte de hidratos de carbono para as abelhas. O pólen constitui, em si, um alimento completo; é rico em proteínas, constituindo , portanto, a fonte de nitrogênio para a colônia , mas cont-m também lipídios, açucares, sais minerais e vitaminas, principalmente as do complexo B. A alimentação ó de néctar ou mel (néctar desidratado) é insuficiente para o crescimento das larvas, que requerem alta taxa de componentes azotados para seu desenvolvimento. O período larval é um período em que o indivíduo se superalimenta. O alimento em excesso é transformado e armazenado no chamado corpo adiposo (Bishop, 1958). Durante a fase seguinte , pupação, o indivíduo não se alimenta e as reservas armazenadas são parcialmente gastas; contudo,no adulto jovem, o corpo adiposo ainda é relativamente desenvolvido e tudo leva a crer que as reservas que ainda contém, são utilizadas. Embora o nome de corpo adiposo , as reservas armazenadas são em grande parte proteínas, o que significa que as abelhas jovens têm, independentemente da alimentação, substâncias azotadas utilizáveis no organismo (Bishop, 1958). Por outro lado, os adultos idosos necessitam de pouco nitrogênio (Louveaux, 1963). Do exposto, deduz-se que a alimentação com pólen é pràticamente dispensável para as abelhas adultas, inicialmente por causa das reservas remanescentes do período larval e posteriormente porque a taxa de azotados requerida é baixa. Apesar disso, sabe-se que quanto mais alta a quantidade de pólen na alimentação da colônia , mais rápido e maior é o desenvolvimento das glândulas hipofaríngeas, ovários e corpos adiposas (Louveaux, 1963). Algumas glândulas das abelha s sofrem mudanças no desenvolvimento durante a vida do adulto. Essas mudanças são especialmente acentuadas e bem conhecidas no que se refere às glândulas de cêra e hipofaríngeas das operárias de Apis (Rösch, 1925 30) e meliponídeos (Cruz Landim, 1963-64). Estas duas glândulas apresentam um ciclo característico de desenvolvimento e regressão. Em Apis e meliponídeos, o adulto quando emerge tem as glândulas pouco desenvolvidas e alcançam o desenvolvimento máximo quando a operária trabalha como alimentadora da cria jovem , começando daí em diante a regredir mais ou menos ràpidamente. Segundo verificou Sakagami (1953) em Apis, êsse ciclo pode ser alterado de acôrdo com as necessidades da colmeia. O mesmo se verifica nos meliponídeos (Hebling, Kerr & Kerr, 1964), onde, quando a colônia precisa de cêra, mesmo abelha s fora do período de maior desenvolvimento da glândula de cêra podem voltar a produzi-la. Neste trabalho, investigamos o efeito da alimentação do adulto, ou melhor, o efeito do conteúdo proteíco na alimentação do adulto sôbre o ciclo de desenvolvimento das glândulas acima mencionadas (glândulas de cêra e hipofaríngeas) e mais das glândulas mandibulares e salivares do tórax. Apesar de tôda as indicações serem de que a alimentação proteíca só é importante para a abelha durante o desenvolvimento larval, desejamos saber qual o efeito de uma alimentação completamente isenta de elementos azotados para o adulto. A análise estatística dos dados obtidos foi feita pelo Prof. José Furtado Pisani e os desenhos pelo Sr. João Maria Camargo, aos quais agradecemos.

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